Seminário celebra 10 anos do Programa Atitude

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Publicado por Américo Rodrigo
8 de novembro de 2021 às 19h00min
Foto: Pablo Carvalho

Em dez anos, o Programa de Atenção Integral aos Usuários de Drogas e seus familiares, o Atitude, reúne números importantes: 34.067 pessoas atendidas pelo programa. Nesse período, o Atitude também foi alvo de estudos por pesquisadores da Fundação Osvaldo Cruz (FioCruz) e das atenções de instituições internacionais, como a Open Society Foundation e a Mainline, da Holanda. Nesta terça-feira (9), o seminário Uma trajetória de 10 anos: Histórias, Lutas e Novos Caminhos do Programa Atitude aborda essas conquistas e reafirma a nova unidade a ser instalada no Sertão.

A expansão do Atitude foi decidida pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas. O secretário Cloves Benevides vai instalar uma nova unidade o Programa Atitude na cidade de Petrolina. A decisão é fruto de uma análise dos dados do Pacto pela Vida. “O Atitude segue crescendo como parte das políticas sobre drogas, mas faz mais: cresce como ambiente seguro e de cuidados básicos, garantidor da dignidade e da cidadania”, sintetiza Cloves Benevides.

A governadora em exercício, Luciana Santos, participará da mesa de abertura do seminário, com o secretário de Políticas de Prevenção à Violência e às Drogas, Cloves Benevides, o secretário de Defesa Social, Humberto Freire, e mais autoridades. A mesa de abertura contará com protagonistas do Atitude, como a superintendente Malu Freire (há 10 anos na função), a diretora do Centro de Prevenção às Dependências (CPD), Ana Glória Melcop, e representantes dos profissionais e dos usuários do serviço. Aqueles que conheceram o Atitude, por dentro, podem prestar o melhor depoimento sobre políticas públicas voltada para proteção e cuidado.

O seminário, que é parte das celebrações dos 10 anos do programa, terá como atração Leonardo Pinho, presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental e da Central de Cooperativas Unisol Brasil. Leonardo Pinho fala sobre “Reinserção social de pessoas usuárias de drogas: onde permeiam os direitos”. Leonardo Pinho conhece a importância do trabalho e do retorno à vida social na recuperação de pessoas usuárias de drogas.

O seminário reservou um momento de reconhecimento em memória de quem decidiu pela criação do Atitude. O ex-governador Eduardo Campos será homenageado, em virtude da criação do Atitude, que já realizou mais de 1,1 milhão de atendimentos gerais, aos usuários do programa, a maioria em situação de grave vulnerabilidade pessoal e social.

A data é de celebração, mas também de prestação de contas à sociedade. O programa que apoia a transformação de pessoas tem números robustos, que comprovam o crescimento do programa, tanto em atendimentos como em serviços. O orçamento deste ano é o maior destinado pelo Estado ao programa: R$ 22,5 milhões.

Enquanto a quinta unidade não inicia suas atividades em Petrolina, o Programa Atitude funciona em quatro unidades, nos municípios do Recife, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e Caruaru. Cada uma das unidades possui quatro serviços, com o Atitude nas Ruas, Centro de Acolhimento e Apoio, Centro de Acolhimento Intensivo e o Atitude Moradia.

O Atitude nas Ruas faz a busca ativa, nos locais onde se concentram as cenas de uso, como praças, viadutos e terrenos abandonados. É quando é feito o primeiro contato e apresentado o serviço. Os usuários interessados entram no serviço pelo Centro de Acolhimento e Apoio, que funciona como uma casa de passagem. No Apoio, como o serviço é conhecido, eles fazem o primeiro pacto com o Plano Individual de Atendimento (PIA). Neste registro, falam se possuem documentos, dão informações sobre a saúde, sua conexão com a família, que nível de risco de segurança enfrenta e mais dados pessoais. Os usuários que conseguem progredir são elegíveis pelos técnicos do programa para o Centro de Acolhimento Intensivo.

O serviço do Intensivo é uma república, uma casa na qual moram usuários e seus familiares. No Recife, destaca-se o Intensivo Mulher, destinado exclusivamente a mulheres e suas famílias, em geral, os filhos pequenos que também são acolhidos. Como o nome sugere, neste serviço o atendimento para o resgate com os vínculos familiares, comunitários e laborais são intensivos. Os usuários e usuárias que progredirem são elegíveis para o último serviço, o aluguel social.

O aluguel é um benefício temporário no qual aqueles usuários que vêm em um ciclo virtuoso na sua situação socioprodutiva e em relação com a família e com a comunidade permanecem por seis meses. Eles moram em uma unidade custeada pelo Governo do Estado.

Américo Rodrigo

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