Mesmo com circulação da Delta, Pernambuco não vai retroceder no Plano de Convivência

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Publicado por Karol Matos
18 de agosto de 2021 às 15h30min
Foto: Arnaldo Felix

Depois da confirmação dos dois primeiros casos da variante Delta na Região Metropolitana do Recife, feita na semana passada, a Secretaria de Saúde confirmou que já existe transmissão comunitária da cepa indiana em Pernambuco. Sete outros casos de pessoas que tiveram contato com os pacientes positivados para a Delta estão sendo investigados pelo Estado. 

Esta mutação do vírus é 60% mais transmissível. O acompanhamento do Instituto de Redução de Riscos e Desastres de Pernambuco (IRRD) mostra que já há um indicativo de contaminação maior nas duas últimas semanas, quando as taxas mostravam queda nos novos casos. De acordo com o cientista Jones Albuquerque, a variante Delta pode ser a responsável por esta elevação e a nova cepa já pode ter atingido o interior.

“Pernambuco vinha numa excelente tendência até 10 ou 15 dias atrás, e, de repente, subiu. Então, parece sim que é ação de um outro agente infeccioso. Como a Delta tem essa taxa de contágio muito alta, ela infecta muito rápido, então é muito provável que a gente já esteja com ela em todo o território”, afirmou.

O gráfico abaixo mostra que desde meados de julho o estado vinha apresentando redução no número de pacientes que testaram positivo para a Covid-19, mas o indicador sofreu elevação. Quanto mais elevado ou mais próximo da região vermelha, significa que há uma piora nas transmissões. 

Imagem: Reprodução IRRD/PE

Ainda em junho, o IRRD realizou um estudo em parceria com a SES, voltado para a identificação das variantes em circulação em Pernambuco. Na época a variante P1 tinha predominância no estado, mas não houve nenhuma detecção da Delta. “Naquela época havia 21 linhagens e oito variantes, então, é muito provável que tenha mais variantes até que a própria Delta. A nossa sorte é que parece que essas outras não são dominantes”, explicou Jones Albuquerque.

Em coletiva de imprensa, o secretário estadual de Saúde, André Longo, disse que ainda não há predominância da Delta em Pernambuco e, por isso, não há previsão de retrocesso nas atividades. “Nós não vamos tratar a variante Delta como um novo vírus. Ela está se instalando, está aparecendo. A decisão do comitê não é por interromper os avanços no Plano de Convivência”, garantiu.  

O secretário destacou ainda que a circulação da variante Delta em Pernambuco reforça a importância dos cuidados e, principalmente, da vacinação contra a Covid-19. “É fundamental que a população entenda a necessidade do uso correto de máscaras, do distanciamento social e da higienização adequada das mãos. É necessário compromisso e responsabilidade. A pandemia não acabou. O vírus continua circulando, com a introdução de variantes preocupantes, como é o caso da Delta. Completar o esquema vacinal, com as duas doses, é essencial para a eficácia da imunização”, ressaltou Longo.

Karol Matos

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