Coluna da quarta-feira

Instalada nesta terça-feira (27), no Senado Federal, a Comissão Parlamentar de Inquérito, que vai investigar as ações do governo e o uso de verbas federais no combate à Covid-19, mostrou, já no seu primeiro dia, que o clima será de acirramento entre os senadores aliados de Bolsonaro e da oposição. Os trabalhos serão comandados por Omar Aziz (PSD), que recebeu oito dos 11 votos para presidir a CPI e indicou Renan Calheiros (MDB) para a relatoria. 

Já no início da semana, a Justiça Federal de Brasília determinou que Renan não poderia ser o relator pelo fato de ser pai do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB). O pedido partiu da deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL). A liminar foi suspensa ainda ontem, por um desembargador do TRF-1, pouco tempo antes da reunião que durou mais de quatro horas.

Com a finalidade de obstruir o início dos trabalhos, os senadores da base governista fizeram uma série de manobras. A movimentação causada só reafirmou a aflição do chefe do Planalto com as investigações iniciadas. Um dos mais exaltados, o líder do governo Fernando Bezerra Coelho (MDB) afirmou que a CPI “não pode ser palanque político nem palco para radicalizações ideológicas”.

Prometendo imparcialidade na condução da relatoria, Renan Calheiros expressou que “não fará perseguição, mas é preciso punir responsáveis por mortes”. De cara, o senador já apresentou 11 requerimentos de convocações e documentos para as investigações. Ao que tudo indica, as tranquilas noites de sono de Bolsonaro na Alvorada não serão mais as mesmas pelas próximas semanas.

Protagonista – Em um longo discurso que durou cerca de 20 minutos, o senador e relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB), disparou torpedos para todos os lados, principalmente em direção ao presidente Jair Bolsonaro, mas sem se referir nominalmente. O parlamentar é visto como fundamental na investigação e um personagem à parte na comissão. 

Destaque – A deputada federal Marília Arraes (PT) foi escolhida pela bancada feminina da Câmara dos Deputados para coordenar o grupo de trabalho que trata sobre a revogação da Lei de Alienação Parental, sancionada no Brasil em 2010. O conjunto entende que a revogação da LAP é urgente, já que são insanáveis os vícios existentes desde a sua elaboração. 

Socorro – O governador Paulo Câmara (PSB) anunciou, em pronunciamento nesta terça-feira (27), que a lista com os 493 artistas e entidades culturais contemplados com o auxílio emergencial do Carnaval de Pernambuco já está disponível. Ao todo, 308 grupos ligados à cultura popular, nove à dança e 176 à música, serão beneficiados com auxílios que vão de R$ 3 mil a R$ 15 mil, dentro de um orçamento de R$ 3 milhões disponibilizado pelo Governo do Estado. 

Disposição – Em mais uma investida na intenção de fortalecer seu nome na corrida pelo Palácio do Campo das Princesas, o prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (MDB), voltou a cumprir uma série de reuniões com políticos de várias regiões do estado. O cenário dos encontros foi a capital pernambucana.

Fortalecimento – Com o discurso de fortalecimento do MDB, o prefeito Miguel Coelho se reuniu com o deputado estadual Tony Gel e o empresário Tonynho Rodrigues, filho do parlamentar. Apesar de serem do mesmo partido, o encontro chamou atenção pelo fato de Tony ser um dos aliados mais fiéis do Palácio.