Em defesa do Farmácia Popular, Humberto recorre ao MP

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Publicado por Américo Rodrigo
11 de dezembro de 2020 às 16h00min
Foto: Roberto Stuckert Filho

Criador do Farmácia Popular, como primeiro ministro da Saúde do governo do presidente Lula, o senador Humberto Costa (PT) recorreu ao Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) para evitar o esfacelamento do programa pela gestão de Jair Bolsonaro. O senador questiona o emprego de mais de R$ 250 milhões em compra de hidroxicloroquina e azitromicina pelo governo para empurrar um “kit-covid” ilegal na população brasileira.

Sem qualquer comprovação científica de eficácia no combate ao coronavírus. os dois medicamentos chegam, em muitos casos, até mesmo a ser contraindicados no tratamento porque podem levar pessoas à morte. Pesquisas já atestaram, também, que a hidroxicloroquina pode provocar distúrbios mentais. Para o presidente da República, no entanto, os remédios seguem sendo vendidos como a salvação para uma pandemia que, somente no Brasil, já matou quase 180 mil pessoas e está em crescimento em 20 estados e no Distrito Federal.

O governo, agora, quer empurrar hidroxicloroquina e azitromicina a doentes que estão com dificuldades recorrentes de encontrar na rede do Farmácia Popular os medicamentos que deveriam receber regularmente, como os utilizados para asma, diabetes e hipertensão. “É um absurdo que remédios sem qualquer comprovação científica para uso contra a Covid-19 estejam sendo adquiridos e empurrados pelo governo na população, com o gasto abusivo de milhões de reais, ao tempo em que os que deveriam ser distribuídos estão, muitas vezes, em falta. Isso tem que ser imediatamente impedido”, afirmou Humberto.

No documento enviado ao Ministério Público, o senador ataca o absurdo da medida e pede que os responsáveis pela compra imprópria e inadequada sejam obrigados a ressarcir os cofres públicos pelas despesas ilegítimas havidas com aquisição e logística de drogas adquiridas em quantitativos evidentemente altos e fora do padrão para as doenças a que são perigosamente destinadas. “Além da flagrante improbidade administrativa, temos aí um atentado à saúde pública, que coloca em risco a vida de milhões de brasileiros”, denunciou Humberto.

Américo Rodrigo

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