João Campos vê ‘apagão’ do MEC durante pandemia

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Publicado por Américo Rodrigo
4 de agosto de 2020 às 16h07min
Foto: Francisco Ferreira

Parlamentares da Comissão Externa de Acompanhamento do Ministério da Educação (Comex-MEC) vêm denunciando desde o ano passado o apagão de gestão da pasta, o que ficou ainda mais evidente no cenário da pandemia. Questionado pelo grupo sobre o andamento das aulas à distância e a aprendizagem dos alunos da educação básica, o MEC respondeu oficialmente, com todas as letras, que desconhece a realidade do alcance do ensino remoto no país.

O Requerimento de Informações nº 631/2020, de autoria dos deputados Professor Israel Batista (PV), João Campos (PSB), Tabata Amaral (PDT) e outros quatro parlamentares, foi enviado no dia 25 de junho deste ano. A resposta do órgão, devolvida agora, surpreendeu. “Este Ministério não dispõe de informações acerca do número de alunos da rede pública de ensino do país que estão tendo tele-aulas e aulas on-line até o momento”, em trecho retirado do ofício expedido pela pasta em 27 de julho. 

Coordenador da Comex, o deputado João Campos também faz sua crítica. “Infelizmente, desde o ano passado, sabe-se que a gestão do MEC sempre pode dar uma resposta ruim do ponto de vista administrativo sobre qualquer coisa. A falta de subsídios básicos de informação quanto ao ensino remoto segue essa linha recorrente de má gestão e reforça a incapacidade de esclarecimento sobre questões importantes e atuais. Isso é muito preocupante e precisa ser cobrado fortemente para que o custo da desinformação não seja ainda mais alto”, afirmou o deputado João Campos.

Para além do alcance das aulas à distância, os parlamentares também questionaram sobre a efetividade da modalidade de ensino remoto na aprendizagem dos alunos. Mas, para o MEC, “não é possível afirmar que exista uma base de dados ou informações suficientes para tal compreensão”. 

Segundo a deputada Tabata Amaral, é extremamente preocupante que, em um momento em que os estados e municípios começam a se organizar para uma possível retomada neste semestre, o principal órgão responsável pela coordenação das redes não tenha o compromisso de se inteirar sobre as realidades vividas pelos alunos durante a pandemia. 

Entidades de educação, entre elas o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), manifestaram-se pedindo mais apoio e diálogo com o novo ministro da Educação, Milton Ribeiro. Também assinaram o Requerimento de Informações os parlamentares Felipe Rigoni (PSB), Aliel Machado (PSB), Eduardo Bismarck (PDT), e Luísa Canziani (PTB), todos membros da Comex/MEC.

Américo Rodrigo

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