Não foi só a fala de Bolsonaro que chamou atenção após a divulgação do vídeo. Ministros também chegaram a fazer algumas colocações ofensivas, que levantaram diversas críticas. No total, 25 autoridades participaram do encontro.
Quem mais também subiu o tom durante a reunião foi o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que fez críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Eu, por mim, ‘botava’ esses vagabundos todos na cadeia, começando pelo STF”, disse o titular do MEC. Ele ainda chegou a afirmar que aceitou entrar no Ministério para “acabar com essa porcaria que é Brasília”.
Já o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chegou a dizer que o coronavírus é oportunidade para mudar leis ambientais e “passar a boiada”. Segundo ele, seria hora de fazer uma “baciada” de mudanças nas regras ligadas à proteção ambiental e à área de agricultura, para assim evitar críticas e processos na justiça, já que a imprensa está ocupada com a cobertura do avanço da Covid-19.
Durante a reunião, a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, chegou a falar em prender integrantes do executivo. “A pandemia vai passar, mas governadores e prefeitos responderão processos, e nós vamos pedir, inclusive, a prisão de governadores e prefeitos. Nosso ministério vai começar a pegar pesado com governadores e prefeitos”, disse.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez críticas direcionadas à gestão do Banco do Brasil. Segundo ele, a instituição é um “caso pronto de privatização” e disparou: “tem que vender essa porra”.
Apoiadores do presidente avaliam que a divulgação do vídeo fortalece Bolsonaro e enfraquece Moro, já que as falas dos ministros seguem a linha do que o presidente defende. Eles também acreditam que a fala de Bolsonaro não evidencia nada os crimes citados pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública.