Foram duras as palavras que o deputado Romero Albuquerque (PP) usou, durante Reunião Plenária que aconteceu na quinta-feira (14), para cobrar do Ministério da Educação o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio. Entre outras coisas, o parlamentar acusou o Governo Federal de estar alheio à realidade dos estudantes brasileiros e fechado ao diálogo com entidades que defendem que não há condições para as provas serem realizadas ainda este ano.

O deputado alegou que “as aulas estão suspensas há dois meses e a rede pública de ensino tem dificuldade de oferecer conteúdo online aos seus estudantes”, o que, em sua opinião, “evidenciará ainda mais as desigualdades sociais que já existem na educação brasileira”.

Para reforçar seus argumentos, Romero apresentou dados com base em estudos que afirmam que a falta de estímulo faz com que os alunos desaprendam a matéria que já foi estudada e elencou algumas das dificuldades que os estudantes de famílias mais pobres enfrentam.

“Hoje, 96,5% dos alunos de famílias ricas têm sinal de internet. Já entre os pobres, 59% não têm essa oportunidade. Entre as pessoas com renda inferior a um salário mínimo, 78% acessam a internet pelo celular. Pode até ser possível estudar por esse equipamento, mas não é adequado”, disse o parlamentar, que ainda criticou a propaganda do Ministério da Educação, que sugere que os alunos devem estudar por conta própria durante o isolamento.

“A vida não é nem o comercial de margarina nem o comercial do MEC, que não se preocupou nem em retratar a realidade das casas das famílias brasileiras. Muitos moram em casas pequenas, com muita gente, o que dificulta ainda mais a aprendizagem”, apontou.

O deputado também lembrou que eventos maiores, como os Jogos Olímpicos, foram cancelados por causa da pandemia e disse que o Governo Federal só sustenta as datas do exame por ego e teimosia.