O que foi feito um ano após o incêndio na Feira da Sulanca?

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Publicado por Américo Rodrigo
6 de maio de 2020 às 20h58min
Foto: Divulgação

Na tarde do dia 06 de maio de 2019, após mais uma segunda de Feira da Sulanca em Caruaru, os 4 mil bancos da “Brasilit” já estavam vazios. Há um ano, alguns feirantes que naquela tarde calculavam o apurado do dia, mal imaginavam que horas depois teriam que contabilizar os prejuízos. Um incêndio que começou no fim da tarde, provocado por um curto circuito, logo se espalhou e consumiu tudo o que viu pela frente. Em duas horas de fogo intenso, estruturas, mercadorias, manequins e tudo o que estava dentro dos cerca de 75 bancos atingidos foram completamente destruídos.

O Governo do Estado abriu uma linha de crédito de até R$ 15 mil para cada um dos sulanqueiros prejudicados, com uma taxa de 0,55% ao mês, para ser pago em até 12 meses. À época, o pouco tempo de quitação foi extremamente criticado pelos feirantes. A prefeita Raquel Lyra (PSDB), que estava em uma viagem e voltou apenas dois dias após o incêndio, concedeu auxílios financeiros que variavam entre R$ 3 mil e R$ 5 mil por banco. O período de limpeza, instalação dos bancos provisórios e restruturação desses sulanqueiros atingidos foi passando. A prefeitura investiu cerca de R$ 180 mil numa requalificação da parte elétrica do Parque 18 de Maio, que ainda não acabou. A primeira etapa, que começou no mês de julho, está com 89% de conclusão. A segunda também já foi iniciada com a instalação dos transformadores externos.

Um ano depois, os sulanqueiros que ainda tentavam se reerguer até aqui, vivem hoje mais uma incerteza ao longo desse período de pandemia. Entramos na 7ª semana sem a típica movimentação de mais uma segunda de Feira da Sulanca, que chegava a receber 100 mil pessoas. A alternativa para as centenas de famílias que comercializam há anos no Parque 18 de Maio, tem sido apelar para a plataforma de delivery lançada na semana passada pela Prefeitura de Caruaru, que também isentou os comerciantes do pagamento da taxa de uso do solo.

Com uma circulação de mais de R$ 50 milhões por feira, costumam dizer que a Sulanca é o pulmão econômico da cidade. Neste momento é necessário concentrar todos os esforços nas ações de saúde da população, mas também é preciso atuar fortemente na Feira da Sulanca, que existe há anos com os mesmos problemas que se perpetuam ao longo do tempo. Infelizmente, os investimentos feitos pelos gestores que já passaram pelo Palácio Jaime Nejaim nunca foram suficientes.

A Sulanca é e sempre será uma das pautas principais em promessas de campanha, e neste ano não será diferente. É preciso reconhecer as necessidades de antes, investir no agora, pensar no que vai ser feito no pós-pandemia, mas principalmente garantir que a nossa feira possa, quem sabe um dia, fazer jus à magnitude da Sulanca que foi uma das principais responsáveis por fazer de Caruaru a Capital do Agreste.

Américo Rodrigo

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