Artigo: PT: 40 anos ao lado de quem mais precisa

Opinião
Publicado por Américo Rodrigo
4 de fevereiro de 2020 às 20h00min
Foto: Divulgação

O Partido dos Trabalhadores, e por que não dizer, o partido do melhor presidente que já governou este país, Luiz Inácio Lula da Silva, completa no próximo dia 10 de fevereiro 40 anos de história.

Em 40 anos o PT conquistou grande parte do povo trabalhador e pôde mostrar que o discurso fácil de que “todo político é igual” nada mais é do que uma maneira de confundir as pessoas para que elas não consigam enxergar as enormes diferenças entre os que querem perpetuar os privilégios de uma elite minúscula em detrimento dos que fazem política na busca de diminuir desigualdades, que lutam para atender uma população menos favorecida e até então socialmente invisível aos governantes. 

Quando fundado, em São Paulo, na década de 80 o PT nascia organizado por jovens sindicalistas, cristãos e professores universitários, um tripé poderoso que marca a trajetória do partido. Nos primeiros 20 anos o PT resolveu disputar tudo, aparecer para as pessoas e mostrar que tinha projetos e visão de mundo diferente de tudo aquilo que já tinham feito. Governar para as pessoas que mais precisam se tornou uma marca do “modo petista de governar” e entre as propostas a ideia de que prefeitos deveriam repartir o orçamento do município diretamente com a população, que então definiria prioridades de onde o dinheiro de seus impostos seria aplicado. Essa ideia de fortalecimento da democracia participativa ficou conhecido como Orçamento Participativo (OP), programa fortemente combatido por políticos tradicionais que não admitem que o dinheiro arrecadado pelos impostos e taxas (tributos) seja utilizado e tenha ações e execuções de projetos destinados pelas escolhas priorizadas do povo. Este é um exemplo claríssimo de que há muitas diferenças entre os políticos e como pensam a forma de fazer política.

Após 24 anos de fundado, o PT chega à Presidência da República com o maior líder político deste país. Lula faz o país crescer, distribui renda, tira o Brasil da situação de devedor do Fundo Monetário Internacional (algo que parecia ser impossível) e ainda transforma nossa nação em credora do FMI (sim, passamos a emprestar dinheiro a esta organização), alça o Brasil ao 6ª lugar das maiores economias do mundo, garante estabilidade de emprego com status de pleno emprego (menos de 5% desempregados), atualiza e melhora programas de distribuição de renda com o Bolsa Família, garantindo que o povo pobre possa então fazer três refeições ao dia (muita gente que vai ler esse texto não conseguirá entender a dimensão disso) o que, junto com programas de valorização da agricultura familiar, compra direta e abastecimento tira o Brasil do Mapa da Fome da ONU. 

Com o PT governando são ampliados os recursos na educação fundamental, são construídas várias Universidades Federais e interiorizasse o ensino superior público, garantindo que milhões de jovens pudessem estudar em ótimas instituições de ensino superior gratuitamente (dobrou a quantidade de vagas nessas instituições), cria programas de aceleração do crescimento (PACs) que duplicaram milhares de quilômetros de rodovias, construíram fábricas, estaleiros, moradias populares, saneamento básico, hospitais, tudo com mão de obra brasileira gerando emprego direto para o povo pobre trabalhar, como também aquece o mercado e a indústria nacional em consequência das construções e desenvolvimento regionais. 

Na saúde o PT criou o SAMU e o programa Brasil Sorridente, fortaleceu a medicina preventiva. O programa Mais Médicos trouxe médicos do mundo todo para atender nos cantos mais distantes deste país e pôde fazer chegar médicos em comunidades que passaram a vida inteira sem saber o que era um atendimento de um profissional de medicina. O ProUni colocou milhões de estudantes em Universidade e Faculdades pagas com financiamentos, muitos deles de 100%, já que muitas universidades não pagavam (muitas continuam sem pagar e permanecem sonegando) os tributos ao governo federal, uma forma de contra partida era fazer com que suas ricas e luxuosas estruturas beneficiassem o povo brasileiro através de bolsas para o pobre também virar doutor!

No exterior o Brasil passa a ser respeitado por se tornar um país de grande capacidade na articulação e relações com a maioria dos países dos continentes africano, europeu e asiático, além de barrar um Acordo de Livre Comércio que só beneficiaria os EUA, invertendo a lógica e fortalecendo o Mercosul e o comércio deste eixo.

É certo que existiram filiados ao PT que fizeram besteira, que erraram e que estão sendo punidos como deve ser com qualquer pessoa que entra na política e faz besteira. Nada diferente. Uma minoria que muitas pessoas querem transferir a responsabilidade para os mais de 2 milhões de filiados neste partido que fez o povo acordar e viver feliz. A verdade é que querem criminalizar O PT.

Nos últimos anos, cansados de perder no voto, representantes de uma elite fracassada resolveu mudar o jogo no meio, rasgando as regras e tomando o país de assalto. O impeachment com argumentos falsos retirou uma presidente eleita democraticamente e trouxe o país para as mãos de quem nunca, repito, nunca pensou no povo pobre e na classe média brasileira. A primeira coisa que Temer fez, no momento que se tornou presidente e construiu aliança com os que perderam a eleição para o PT, em partidos como o DEM de Mendoncinha, Cidadania de Raul Jungmann e Daniel Coelho, além do PSDB de Aécio Neves e Raquel Lyra, foi construir uma reforma devastadora para os trabalhadores e trabalhadoras, além de iniciarem um processo de desconstrução das políticas sociais no país, iniciando pelo ataque ao Pré-sal e planejarem sua venda criminosa.

Nas últimas eleições, um processo questionado por fraudes, onde o impulsionamento de fake news favoreceu e acabou ajudando a eleger Jair Bolsonaro, um político medíocre, do baixo clero da Câmara, há 28 anos sendo apenas um velho senhor, de velhas ideias, berrando frases agressivas, preconceituosas e desagregadoras foi o ato de desespero das elites. Tudo isso pela necessidade de manter o PT fora do poder, já que haviam retirado de qualquer jeito Dilma da presidência. Essa gente não poderia deixar o PT voltar, criaram um falso crime e condenaram Lula em tempo recorde para impedi-lo de participar e ganhar as eleições. O Partido dos Trabalhadores apresentou em poucos dias o professor Fernando Haddad, que mesmo com Lula preso, foi às ruas com a força da militância e de quem acreditava numa alternativa de projeto democrático e progressista, indo ao segundo turno onde saiu perdedor, mas não derrotado. Vale lembrar que em Caruaru, o PT 13 de Haddad venceu o velho militar Bolsonaro por mais de 11 mil votos de diferença!

O PT mesmo sendo atacado diariamente, por parte da velha mídia, continuou e continua sendo o partido que está em primeiro lugar na preferência da população brasileira, esta reconhece as conquistas e benefícios com o partido a frente nas prefeituras, governos estaduais e presidência. Em Pernambuco temos vários petistas que são grandes legisladores no congresso nacional, na Assembleia Legislativa de Pernambuco temos excelentes mandatos como os deputados Teresa Leitão e Doriel Barros. Isso também pode ser visto nas Câmaras nos municípios, aqui em Caruaru destaco o brilhante e combativo mandato do vereador do PT, Daniel Finizola. Sempre ao lado das categorias de trabalhadores, tais como os mototaxistas, professores, ambulantes, entre outros.

Mas, esse texto vem trazer não só o resgate da memória positiva e recorte histórico do PT, daquilo que mais importou para o povo trabalhador. O que trago é também a importante reflexão de que o PT de hoje não é e nunca mais será o PT de sua fundação. Apesar de carregar consigo os princípios de um partido que luta por quem mais precisa, que está nas ruas, nas frentes dos movimentos sociais e junto aos demais partidos de esquerda, nas alianças para construção de governos democráticos e populares, este partido passa por um processo de renovação. Renovação em suas ações e práticas, não sendo apenas uma máquina que funciona plenamente nos períodos de eleição, mas um partido que traz nova mentalidade de construção política, resgata a força e a importância dos movimentos sociais, se reconecta com o povo através de bandeiras de luta comuns, como também busca se renovar na linguagem. Na comunicação. Entender que este caminho não tem volta ajuda a percepção de que temos que seguir em frente e rápido.

O PT de 2020 não pode ser um PT em que sua militância apenas entregue o jornal na frente da fábrica esquecendo (ou não percebendo) que 98% dos trabalhadores e trabalhadoras usam o celular para se comunicar! Não é possível fazer política sem pensar na gigantesca quantidade de ambulantes/camelôs que passaram a existir nesses dois últimos governos (Temer/Bolsonaro) e como dialogar com a informalidade, com os trabalhadores de aplicativos – sejam eles os entregadores ou motoristas – entre outros. Existe a necessidade de que os direitos precisam ser garantidos! 

Conectar-se aos jovens, inseri-los no partido e mostrar que nada mudará para melhor sem a presença deles na política, porque é a política que pode mudar o mundo. E são os partidos que elegem representantes para direcionar qual visão do mundo a política vai caminhar de tempos em tempos.

A renovação no PT acontece neste exato momento em que estou escrevendo este texto e você está lendo, no WhatsApp, no blog, no facebook, percebe?

Neste novo partido cabe o encontro do Lula com nossas gerações que dialogamos no mundo digital, das redes sociais.

Queremos olhar para o PT que vamos construir nos próximos 40 anos. Analisar os erros do passado e fazer autocrítica na prática para construir um partido ainda melhor no futuro. Que se preocupe com o desenvolvimento nacional. Nosso PT é um partido que trata com carinho as pessoas, que abrace, que crie políticas que orgulhem as pessoas ao olharem ao redor e se sentirem seguras e satisfeitas de morar em suas comunidades, independentemente de classe social. 

O que precisamos gente é encurtar as distâncias de quem muito tem com aqueles que não tem quase nada.

Podem chamar isso de comunismo, socialismo, do que quiser! Eu chamo isso de ser mais justo e humano. E acredito que o PT é o caminho na política para chegarmos lá.

Leo Bulhões – Presidente PT Caruaru e Direção Estadual
Assessor Parlamentar do Vereador Daniel Finizola
Ex-Secretário de Participação Social Caruaru – 2014-2016

Américo Rodrigo

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