A vereadora Dani Portela (PSOL) defendeu em plenário na última terça-feira (5), um requerimento de sua autoria que pede ao prefeito do Recife, João Campos (PSB), a retirada do busto do General Castelo Branco, da ponte homônima localizada no bairro da Várzea. O pedido iria à votação na sessão do dia, mas em manobra regimental realizada pelo líder da bancada de oposição conservadora, Renato Antunes (PSC), foi retirado de pauta após pedido de vistas. A solicitação voltará à pauta do plenário na próxima semana.
De acordo com a vereadora, a retirada do busto do ditador não se trata de apagamento histórico. “É uma forma de promover justiça, memória e verdade para o nosso povo. Há um reconhecimento da sociedade no sentido de considerar o golpe de Estado de 1964 como um regime ditatorial, que deixou, em sua maioria, legados negativos para a história do país. Em pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, em junho de 2020, no Nordeste, cerca de 66% dos entrevistados afirmaram que a ditadura deixou mais legados negativos do que positivos, contra apenas 15% que avaliaram que o regime deixou mais legados positivos”, afirmou em sua fala de defesa no plenário.
Na legislatura passada, o vereador Ivan Moraes (PSOL) já havia apresentado um requerimento de igual teor, que foi votado e derrubado em plenário, após articulação da bancada conservadora. “Existe um modus operandi da bancada conservadora de travar qualquer discussão que trate de restabelecimento da memória do nosso povo. Além do meu requerimento, outra matéria, de autoria da vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) para a instalação de uma estátua em homenagem à Gregório Bezerra também foi retirada de pauta com o uso do mesmo expediente. A quem interessa adiar essas votações?”, finaliza Portela.
Além do requerimento em pauta, a mandata da vereadora Dani Portela protocolou os Projetos de Lei de nº 381/2021 e 374/2021, que dispõem, respectivamente, sobre a proibição de homenagens a violadores de direitos humanos no município do Recife e sobre a proibição de homenagens, por meio da utilização de expressão, figura, desenho ou qualquer outro sinal relacionado à escravidão ou a pessoas que especifica, por pessoas físicas e pessoas jurídicas de Direito Privado. Ambas as matérias seguem em trâmite na Casa José Mariano.