O assunto central da sessão da Câmara de Caruaru, nesta terça-feira (1º), foi o Projeto de Lei enviado pela prefeita Raquel Lyra (PSDB), para reajustar os salários dos profissionais do Magistério. O problema é que, ao invés de aplicar o pouco mais de 33% estabelecido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), adequando o piso em R$ 3.845,63, o município quer aumentar, por ora, somente cerca de 10% no valor do piso dos professores caruaruenses.

O responsável por puxar o coro foi o presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes, vereador Jorge Quintino, que foi otimista, afirmando que o Poder Executivo certamente abrirá diálogo sobre a proposta.

“Quero dizer a todos os professores, que nós estaremos atentos e, com certeza, todos da base estão clamando para sentar com a secretária Ana Maraísa [Administração], para sentar com o secretário de Educação, para que possamos discutir, possamos nos aprofundar e ver o que de melhor pode ser construído para essa classe tão sofrida… não tenho dúvida que através do diálogo, através do bom senso, nós iremos avançar no que seja colocado pelo Executivo. Chegou a matéria às nossas mãos, mas a discussão ainda nem começou”, frisou Quintino.

Outros parlamentares da base também condenaram a forma como o projeto foi elaborado, a exemplo de Aline Nascimento (Cidadania), Leonardo Chaves (PSDB), Mery da Saúde (PSD) e Val Lima (UB). O presidente da Casa, Bruno Lambreta (PSDB), reforçou que a Câmara não votará a proposta da forma como foi enviada e tentará reverter para que a situação seja favorável aos profissionais da educação.

“A gente vai tratar e vai discutor esse projeto sem pressa, e, claro, buscar uma construção madura… a gente vai, de fato, amadurecer o projeto que chegou na Casa, vai seguir sua tramitação, tem um período de prazo para discussão nas comissões permanentes da casa, e vamos trabalhar nessa interlocução para buscarmos um diálogo”, disse Bruno.

Já na oposição, o líder, Fagner Fernandes (PDT), não comentou o assunto, mas Perpétua Dantas (PSDB) e Cabo Cardoso (PP), também condenaram a forma como a gestão municipal elaborou o reajuste. 

“Ela anda por aí com o Levanta Pernambuco, mas esquece de levantar a cidade dela, a cidade que a reelegeu. Eu estou pedindo a Deus para que ela saia logo, para ver se temos, sequer, a esperança do vice, quando assumir, que ele procure dialogar com o Legislativo, procure mudar, de fato, a cara de Caruru, e não continue apenas se apegando à Via Parque”, disse Cardoso, que foi ainda mais enfático ao tratar sobre as categorias.

“O desrespeito com ambulante, com marchante, com mototaxista, taxista, com professor, conselheiro tutelar, com guarda municipal, com os vereadores, que até os vereadores da base estão sofrendo nas mãos desse governo… é um governo que, sinceramente, representa o caos, o atrofiamento de uma cidade tão grande como essa nossa”, endossou Cardoso.