Coluna da quarta
Diferente das principais lideranças tucanas que se posicionaram contra as falas antidemocráticas de Bolsonaro neste 7 de Setembro, a prefeita da principal cidade do interior de Pernambuco adotou o silêncio. Não é de hoje que Raquel Lyra (PSDB) se isenta sobre questões referentes a pautas nacionais, mas decisões em Brasília interferem na Capital do Agreste, como em qualquer lugar do país.
Ainda ontem (07), a Executiva Nacional do PSDB convocou uma reunião para esta quarta-feira (08), com o propósito de discutir a posição do partido sobre a abertura de impeachment, além de outras medidas legais. Os atos estimulados pelo presidente vinham sendo considerados um divisor de águas e pela reação das instituições, o tom também será elevado.
Ainda que não seja candidata em 2022, Raquel é presidente estadual do PSDB e um dos principais nomes da política pernambucana. Opinar sobre temas espinhosos ou impopulares faz parte do jogo. Em um momento de ameaças aos poderes constituídos, se manifestar em defesa da democracia é algo primordial para todos os governantes.
Manifestação – Após não ir ao hasteamento da bandeira neste 7 de Setembro, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, anunciou que também não irá à reunião do Conselho da República proposta por Bolsonaro. O STF Informou que Fux se manifestará nesta quarta-feira (08), na abertura da sessão da Corte. A expectativa é para saber o tom que será adotado.
Canceladas – Com a escalada de ataques do presidente Jair Bolsonaro ao STF, o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM) cancelou as sessões deliberativas e as reuniões de comissões da Casa prevista para hoje (08) e quinta-feira (09). A decisão pegou alguns parlamentares de surpresa. A avaliação de Pacheco é de que não há condições de dar andamento às atividades legislativas na atual circunstância.
Cobrança – O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, cobrou que os presidentes da Câmara e Senado tomem uma posição sobre a postura de Bolsonaro. Ele ainda acusou o presidente da República de usar dinheiro público para transformar a data em um evento particular, “a serviços de interesses golpistas”.
Elevou o tom – Para o governador Paulo Câmara (PSB), o chefe da administração pública federal está em campanha permanente e não governa o país. O socialista ainda afirmou que com “os delírios totalitários” de Bolsonaro, a inflação, a fome e a miséria estão de volta e o Brasil segue sem perspectivas.
Alinhados – Prestes a se tornarem um só partido, PSL e DEM lançaram ontem (07), no fim da noite, uma nota conjunta repudiando o discurso de Bolsonaro contra as instituições. O texto ainda faz referência à inflação dos alimentos, da energia, do gás de cozinha, o desemprego e a inconstância da renda.