Cenário Político: o outro lado da história

Cenário Político
Publicado por Américo Rodrigo
24 de março de 2021 às 00h00min
Foto: Marcelo Camargo

Coluna da quarta-feira

Com status de super-herói após prender o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato, o ex-juiz Sergio Moro teve ontem (23) a sua maior derrota pessoal, política e profissional. O Supremo Tribunal Federal decidiu por 3×2 reconhecer a parcialidade do então magistrado na condução do caso do triplex do Guarujá. No dia 8 de março, Fachin anulou a condenação, mas a decisão não surtiu efeito no processo para analisar a suspeição de Moro. 

Após a eleição de 2018, o ex-juiz resolveu largar a toga e ingressar de vez na política, assumindo o Ministério da Justiça e Segurança Pública. Depois de bater de frente com os interesses da família do presidente e se tornar uma ameaça ao projeto de reeleição de Bolsonaro em 2022, a lua de mel acabou e transformou o ex-juiz em vilão, passando a ser chamado de traidor pelos bolsonaristas mais fervorosos.

Aos poucos, uma possível candidatura de Sergio Moro vai ficando cada vez mais inviável. Sem apoio político, ele também entra em decadência no campo responsável por projetá-lo para as principais manchetes dos telejornais. O resultado desta terça-feira teve a influência direta de Gilmar Mendes, que durante seu discurso levantou pontos capazes de fazer Cármen Lúcia mudar o voto, levando Moro definitivamente ao fracasso.

Posicionamento – De acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), o STF “decidiu fazer uma revisão histórica sobre a Lava Jato”. Os parlamentares que integram o Centrão não simpatizam nem um pouco com a operação, já que ela simboliza uma ameaça aos seus interesses. 

Posicionamento 2 – Quem também se colocou sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal foi o governador Paulo Câmara (PSB). Em uma postagem no Twitter ele disse que “a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro reforça a imparcialidade da Justiça como pilar do Estado Democrático de Direito e de uma nação soberana”.

Mentiroso compulsivo – Durante discurso em cadeia nacional, o presidente Jair Bolsonaro se colocou como um grande defensor da vacina, só que a história não é bem assim. Por diversas vezes o chefe do Executivo fez questão de negar a eficácia do imunizante e exaltar a cloroquina, que não tem comprovação científica. A fala de Bolsonaro veio no dia em que o país registrou 3.251 mortes em 24h.

Fake news – Nesta quarta-feira (24), será a primeira vez que o Dia Estadual de Combate às Fake News entra de forma oficial no calendário de Pernambuco. A lei, que estabelece a data, foi proposta pelo deputado João Paulo (PCdoB). O dia tem o intuito de estimular o combate a notícias falsas e debater a importância do acesso a informações seguras e de qualidade. 

Imunizado – Aos 72 anos, o prefeito do Paulista, Yves Ribeiro (MDB), recebeu a vacina contra Covid-19 nesta terça-feira (22). O gestor classificou o momento como o dia mais emocionante da vida. Ele também reforçou a importância dos idosos acreditarem na ciência.

Américo Rodrigo

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