Cenário de incertezas para Edson Vieira
Após o candidato do seu grupo político ser derrotado nas urnas no dia 15 de novembro, o prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Edson Vieira (PSDB), vai precisar refazer as estratégias para encarar os próximos desafios. O tucano que vinha pavimentando sua caminhada para conquistar uma das vagas na Câmara Federal em 2022 deve encontrar dificuldades, já que os papéis irão se inverter a partir do dia 1º de janeiro e ele vai atuar no campo da oposição.
Para federal, em 2018, Edson apoiou o deputado Fernando Filho (DEM), que recebeu 6.412 votos na “Capital da Moda”. Já a esposa do prefeito, a deputada Alessandra Vieira (PSDB), foi votada por 12.735 santa-cruzenses. Com o resultado deste ano, fica a dúvida se o atual gestor seguirá trabalhando seu nome para atuar em Brasília ou se vai voltar a disputar uma das cadeiras da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Edson também deve perder protagonismo dentro do PSDB, já que existe uma forte tendência de Alessandra deixar a presidência estadual do partido, a não ser que o próprio prefeito seja o sucessor, tendo em vista que a partir do próximo ano ficará sem nenhuma tarefa política. O poder de influência em cidades vizinhas também não será mais o mesmo. Aliados a exemplo de Hilario Paulo (PSD), prefeito de Brejo da Madre de Deus, também sofreram revés na eleição deste ano, o que dificultou ainda mais os planos de Vieira daqui em diante.
Conquista – O prefeito eleito de Riacho das Almas, Dió Filho (Republicanos), anunciou a viabilização de recursos junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para a construção de uma escola no município. O deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos) foi o responsável pela agenda.
Alfinetando – Ao anunciar a conquista, Dió não perdeu a oportunidade de alfinetar o atual gestor do município, que é seu adversário, alegando que em oito anos de governo nenhuma escola foi construída em Riacho. O próximo prefeito ainda afirmou que o seu compromisso é “transformar a educação de Riacho das Almas”.
Ampliando a base – O saldo positivo do Republicanos no último pleito vai render importantes apoios para o deputado federal Silvio Costa Filho. Riacho das Almas é um deles. Quem vai sair no prejuízo é o também deputado federal Felipe Carreras (PSB), apoiado por Mota em 2018. O socialista obteve 5.281 votos na cidade.
Desconforto – Mais uma vez, Felipe Carreras não tem se mostrado confortável com as decisões tomadas pelos seus correligionários. No Twitter, ele demonstrou a insatisfação do PSB não fechar apoio a Arthur Lira (PP) na eleição interna da Câmara, mas mesmo assim declarou apoio ao candidato bolsonarista. Segundo o “socialista”, ele não é “um avatar comandado pelo partido”.
Reincidente – Essa não é a primeira vez que Carreras vai de encontro com as definições encaminhadas pelo PSB. Na polêmica votação da Reforma da Previdência ele foi favorável e acabou recebendo um “castigo” do partido. Mas aí veio a eleição do Recife como prioridade e o cachimbo da paz foi fumado entre os partidários.