Dani Portela sugere que pré-candidatura de Túlio é ‘plano B’ de Raquel Lyra

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Publicado por Karol Matos
24 de abril de 2024 às 16h15min
Foto: Fran Silva

Depois de entrevistar o deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) sobre a pré-candidatura dele, o Blog Cenário procurou a deputada estadual Dani Portela (PSOL) para também entender como anda a discussão do outro lado da federação Rede-PSOL. A parlamentar, se reuniu ontem (23) com o seu partido para dar o pontapé inicial na pré-campanha dela, após o puerpério.  

Na semana passada, Túlio tinha afirmado que a Rede tinha feito inúmeros gestos ao PSOL e era a hora da contrapartida. Segundo Dani, também já houve muitos gestos por parte do seu partido. O principal deles, os votos da advogada Robeyoncé Lima, que contribuíram para fazer de Túlio Gadelha deputado federal.

“Se hoje ele é deputado federal e faz um bom mandato, ele deve isso a uma travesti chamada Robeyoncé Lima. Isso precisa ser reconhecido, negritado e reafirmado. Ele faz o mandato, mas esse mandato tem lastro em muitas lutas. Foi preciso o corpo de uma mulher vinda da periferia, travesti, preta, que representa no seu corpo político todas essas desigualdades que existem na nossa cidade e no nosso estado, enfrentar uma eleição, ter 80 mil votos para eleger um homem branco de classe média, privilegiado. Então, nós demos sim gestos. Demais! Ele tem um mandato federal e tem um mandato federal graças aos votos federados”, disse Dani.

Na conversa, Dani afirmou que, apesar de todo o movimento que já vem sendo feito por Túlio Gadêlha, ele ainda não inscreveu seu nome na lista da federação como pré-candidato à Prefeitura do Recife, o que vem sendo visto internamente como um desrespeito às normas dos dois partidos. Dani Portela também criticou o posicionamento de Túlio, que em 2022, a contragosto de PSOL e Rede, apoiou Raquel Lyra (PSDB) e hoje é aliado da tucana. Ela deu a entender que, se for candidato, Gadêlha será um auxiliar de Daniel Coelho (PSD). 

“Esse espaço que a gente constrói vem de muito longe e a gente tem dado gestos. Agora, esses gestos que a gente dá, não podem levar os 20 anos do PSOL para servir de linha auxiliar ou linha de apoio à governadora Raquel Lyra”, disse Dani num primeiro momento. A gente não vai admitir que uma candidatura da federação leve o PSOL e a Rede juntos para ser base da governadora ou plano B da governadora Raquel Lyra, à sombra da candidatura de Daniel Coelho”, completou a deputada.

Karol Matos

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