A procrastinação da governadora Raquel Lyra (PSDB) em oficializar seu nome para a disputa pela prefeitura da capital pernambucana, além de desmobilizar parte da oposição ao prefeito João Campos (PSB) tem permitido que o socialista atue de maneira confortável na luta pela reeleição. A dificuldade da tucana em se posicionar sobre temas políticos é um outro elemento que tem causado especulações e ruídos dentro da sua base, dificultando uma relação de mais confiança com os aliados.
Recentemente, Raquel participou de um ato na sede do PP, quando antigos e atuais parceiros da legenda marcaram presença no espaço. A bancada do partido na Assembleia Legislativa tem sido a mais fiel ao governo estadual, mas também é a que mais tem se mobilizado em pequenas reações ao Palácio. O motivo é a falta de espaços no primeiro escalão do Executivo e a clareza na estratégia. O partido também vislumbra ocupar uma das vagas para o Senado na chapa da governadora em 2026.
Embora ainda falte pouco mais de dois anos para o pleito estadual, o “estilo Raquel” já tem causado insatisfação de agora. Na última semana, o deputado Cleiton Collins (PP) foi o responsável por externar esse sentimento, chegando a sugerir uma reunião da executiva do seu partido para discutir a manutenção da aliança. O resultado das urnas nas eleições municipais pode servir como um termômetro para que algumas legendas recalculem a rota e busquem outros ambientes. É questão de sobrevivência.