Com o alto número de casos da Covid-19 em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) já tem avaliado a possibilidade de adotar o modelo lockdown para conter o avanço do coronavírus no estado. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (04), o secretário de Saúde André Longo confirmou que o governador está mobilizando outros poderes para auxiliar na elaboração desse processo.
“Hoje, o governador Paulo Câmara (PSB) chamou uma reunião com os demais poderes do Estado para discutir a necessidade de intensificação de isolamento social. A gente está desenhando esse processo e estudando como fazer para garantir que ele seja exitoso”, afirmou.
Diferente do isolamento social e da quarentena, o lockdown é a medida mais extrema que pode ser tomada. Ela decreta o “fechamento total”, que pode limitar a circulação de veículos e pessoas, e permitir o fechamento das fronteiras de estados e municípios.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a taxa ideal de isolamento social para diminuir o contágio pelo novo coronavírus é 70%, mas de acordo com o último levantamento divulgado na semana passada, apenas 46% dos pernambucanos respeitam a orientação. Com o baixo índice, o objetivo do governo é achatar a curva até o pico da doença no estado.
O boletim divulgado ontem (04) trouxe que Pernambuco já contabiliza 8.863 casos, entre eles, 691 mortes. Até esta segunda (04), o estado ultrapassou o Ceará nas confirmações da Covid-19, chegando ao terceiro lugar no ranking da doença no país, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro.
Na Capital Pernambucana, que é responsável por cerca de 42% de todos os casos do estado, foram tomadas medidas para evitar o colapso do sistema funerário. Entre elas está a criação de três mil novos locais para sepultamento de pessoas vítimas de Covid-19. A ampliação começou ainda em março, após os primeiros registros da doença em Pernambuco, e até o momento 600 túmulos já foram utilizados.
O Governo do Estado afirma que é necessário ter uma unidade de discursos entre todos os poderes para endurecer as medidas restritivas. Mesmo sem um posicionamento do Ministério da Saúde para a instalação do lockdown em Pernambuco, o governador Paulo Câmara já enviou um ofício solicitando o apoio do exército para adotar a medida. Em breve, a Alepe também deve analisar a proposta.