O deputado federal Tadeu Alencar (PSB), vice-líder da Oposição na Câmara, considera que a situação do presidente da República tornou-se insustentável e que o processo de impeachment não pode ser descartado em nome de uma quebra de estabilidade política. Para Tadeu, Jair Bolsonaro é quem deveria ter essa percepção e tratar de governar o País, em um momento grave de crise de saúde que vivemos, em vez de ampliar a crise política, criando instabilidade o tempo inteiro, como a demissão do ministro da Saúde (Luiz Henrique Mandetta), a participação em manifestações atentatórias à Democracia, a saída do ministro da Justiça (Sérgio Moro) e as graves denúncias de Moro que apontou tentativa de interferência política na Polícia Federal, além de afrontar o sentimento das famílias brasileiras que perderam os seus entes em razão do corona virus e os ataques hoje feitos ao Ministro Alexandre de Moraes.
Ao falar sobre o pedido de impeachment protocolado pelo PSB, Tadeu justificou como a única reação possível do partido diante de “um quadro irreversível de pandemônio governamental diante da pandemia”. “O Partido Socialista Brasileiro refletiu muito para decidir pelo pedido de impedimento do presidente da República. Sempre pautamos nossa postura política pela responsabilidade e pela coragem. Nessa linha, constatamos que não poderíamos ser omissos em nome de uma estabilidade que o presidente Bolsonaro é o primeiro a não respeitar”, afirmou o deputado.
“Bolsonaro foi eleito na esteira de uma grande insatisfação popular. Além dos 30% de eleitores fiéis a ele, que apoiam todas as insanidades que ele inventa, muita gente votou num candidato que vendeu uma esperança de mudança e de renovação. O problema é que ele vendeu e não entregou. O que vemos hoje é um presidente irresponsável, incapaz de conduzir o País num instante que em o mundo está mergulhado em uma crise sanitária de proporções inéditas e no Brasil já são mais de 5.000 mortes”, assinalou o parlamentar.
Tadeu Alencar declarou sua perplexidade diante da inversão de valores de Bolsonaro que ridiculariza a luta contra a crise, critica abertamente o isolamento social, agride os governadores e prefeitos que agem, corretamente, de acordo com os ditames sanitários da Organização Mundial de Saúde. “Ao invés de ser o condutor de uma luta contra o coronavírus e de articular os esforços dos três níveis federativos contra a pandemia, o que vemos é um sujeito que vê inimigos em toda a parte, divulgando fakenews, ouvindo um insano gabinete do ódio que lhe direciona os passos, e abrindo frentes de conflito as mais variadas, que vão da imprensa, passando pelo congresso nacional, o supremo, os governadores, os artistas, até membros do seu próprio governo, como Mandetta, Moro e Regina Duarte está na fila. Por último, o seu sórdido ‘e daí?’, debochando das milhares de vidas ceifadas pela doença. É incrível! “, concluiu o socialista.