Nesta segunda (18), em discurso na Câmara Municipal do Recife, o vereador Marco Aurélio Filho denunciou um episódio de capacitismo que ocorreu no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A situação, veio à público, através de uma publicação das redes sociais que mostra um conjunto de mensagens no banheiro feminino do CFCH contendo ataques discriminatórios direcionados a estudantes autistas do curso de psicologia da instituição. As frases dizem: “autista psicólogo é ridículo!”; “autista nesse curso é ridículo”; “fora autista”; “ninguém quer ser atendido por um autista”.
“Essa situação é extremamente preocupante. Primeiro porque contraria todos os princípios de respeito aos Direitos Humanos, pilares da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Além disso, e mais alarmante, é que estamos falando de estudantes de psicologia em formação que vão lidar com pessoas autistas no seu futuro profissional”, destaca o vereador.
O parlamentar é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania e informou que já encaminhou ofício para a reitoria da UFPE solicitando que a situação seja investigada para que os culpados sejam identificados e responsabilizados.
“Capacitismo é crime! Não podemos ser coniventes com isso. Temos a certeza que a UFPE vai tomar as medidas cabíveis para coibir esses atos discriminatórios que não representam a instituição. Já solicitamos uma reunião com o Reitor Professor Alfredo Gomes para que possamos fazer ações conjuntas através da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania que presidimos”, pontua o vereador.
Capacitismo – É o preconceito contra pessoas com deficiência. O termo, que vem da tradução do inglês ‘ableism’, significa destratar ou ofender uma pessoa por sua deficiência. O capacitismo é a ideia de que pessoas com deficiência são inferiores àquelas sem deficiência, tratadas como anormais, incapazes, em comparação com um referencial definido como perfeito ou padrão. Nos termos da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, o capacitismo é crime.