O gesto do ex-presidente da Embratur, Silvio Nascimento, de sair do páreo e declarar apoio à pré-candidatura de Fernando Rodolfo (PL) coloca pressão no xadrez eleitoral. O principal afetado é o Delegado Erick Lessa, que apesar de pontuar bem nas pesquisas não conta nem com o apoio de seu partido, o PP. E com a convocação feita por Sílvio para que toda a direita marche com Rodolfo, será difícil para Lessa manter seu nome na corrida para disputar a prefeitura pela terceira vez.
A conta já pesa na estrutura para a campanha. Fernando Rodolfo preside o PL em Caruaru, sigla que tem quase 100 deputados federais, ou seja, quase 20% do tempo de propaganda eleitoral e dos recursos de fundo partidário. Lessa tem poucas opções, entre elas o PMN, que não possui parlamentares no Congresso Nacional. Essa realidade, aliás, era similar a de Sílvio Nascimento até este se retirar do jogo majoritário e considerar concorrer a vereador.
Além disso, Lessa disputou por duas vezes a prefeitura contra Raquel Lyra (PSDB), que agora governa Pernambuco e obteve 83% dos votos de Caruaru no ano passado. Esse capital já serviria de empecilho para o adversário, sem contar que a tucana tem o ex-prefeito Tony Gel e seu filho Tonynho (MDB) como cartas na manga, e chegou até a sinalizar para Zé Queiroz (PDT), o que já foi dissipado.
A vereança poderia ser uma alternativa ao delegado no projeto de voltar à Assembleia Legislativa em 2026. Uma eventual dobradinha com Fernando com Rodolfo poderia ser antecipada, com Lessa e Silvio virando puxadores de votos na chapa do PL, contribuindo para qualificar o debate na Câmara Municipal. Os últimos dias de dezembro começam a preconizar o que Caruaru vivenciará em 2024.