Nesta sexta (17), uma audiência pública teve como tema central a manutenção dos habitacionais existentes no Recife. De acordo com dados do Plano Local de Habitação de Interesse Social (PHLIS) de 2018, que é o levantamento mais recente do município, a capital pernambucana tem um déficit de 71.160 moradias. O debate foi promovido pelo vereador Felipe Alecrim (PL).
Representando a Prefeitura do Recife, Felipe Cury, secretário executivo de Articulação e Políticas Sociais de Habitação, disse que a situação das famílias era muito pior do que hoje, citou o histórico dos habitacionais e destacou que é necessário um processo de gestão sociocondominial para efetuar as devidas ações.
“A Prefeitura do Recife tem cerca de 98 conjuntos habitacionais construídos. E há conjuntos habitacionais que foram construídos pelo Prometrópole que retirou mais de 1700 famílias que moravam em áreas de extrema vulnerabilidade. Há outros construídos pela Secretaria de Habitação e URB. Nos primeiros cinco anos a empresa é quem faz as manutenções e sabemos que, na prática, isso é muito difícil. Eu acho que isso é uma parte do problema. O maior, de fato, é porque não houve um processo de gestão condominial em alguns locais”, disse.
O secretário ainda ressaltou que o prefeito João Campos (PSB) está tendo uma atenção especial nessa temática, citou projeto de lei que será enviado à Casa e enalteceu que são necessários, para a política de habitação, três itens: manutenção e requalificação dos conjuntos, a gestão socicondominial e o título de propriedade.
“A prefeitura vai entregar 448 novas unidades habitacionais do Vila Brasil 1 e 2, que estavam em construção desde 2009, e o prefeito João Campos vai entregar 600 unidades no Encanta Moça e mais 224 no Sérgio Loreto. A Secretaria Executiva já finalizou um termo de referência para fazer a contratação, por meio de licitação, de uma empresa que vai fazer a gestão sociocondominial em todos esses conjuntos. E, por decisão do prefeito João Campos, a gente está finalizando um projeto de lei que vai ser enviado à Câmara que tratará daqueles conjuntos habitacionais que já foram entregues os títulos de propriedade para que a Prefeitura possa fazer a manutenção e requalificação desses locais”, garantiu Cury.
Em resposta aos representantes dos habitacionais presentes, Felipe Cury explicou a situação dos conjuntos e de como poderia buscar uma solução técnica na resolução dos problemas dos moradores.
“O do Cordeiro, a gestão condominial é difícil porque são quatro comunidades envolvidas que nem se comunicavam. A maioria veio de Brasília Teimosa. E lá tem um problema estrutural. A Secretaria de Habitação talvez seja o caminho mais lógico e mais natural para que assuma, de fato, todo o processo de manutenção de todos esses conjuntos habitacionais. A contratação da empresa para fazer a obra daquele habitacional foi feita pela URB. E no Beira Rio, a Secretaria de Saneamento já iniciou as tratativas. É difícil, sim, para quem está morando, mas soluções vão vir”, finalizou.